Manter a calma, respirar fundo, ouvir atentamente as partes envolvidas, respirar novamente trazendo a consciência para o presente… Fazer uma caminhada rápida para ativar regiões do cérebro enquanto pensa em um solução… Então voltar ao local de trabalho e com um tom de voz calmo e orquestrado expor seu pensamento afim de que seja levado em conta para a tomada de decisão final da equipe, sem que isto seja uma imposição sua, mas sim que você apenas consiga influenciar as pessoas para que eles se sintam especiais e tomadores de responsabilidade pelo que se propuserem…
Acima foi descrito a visão do que é o correto proceder dentro de uma empresa para que os liderados consigam assumir responsabilidade ao invés de fugir delas e ao mesmo tempo dar a eles a paz necessária para que consigam trabalhar tomar as melhores decisões. Fácil? Para mim não, diria que quase impossível. Não sei se é um mal da maioria das pessoas ou apenas de um grupo especial, mas fato é que para mim agir com calma e sabedoria em meio a pressão e às decisões do dia a dia é algo muito difícil. Algo que em teoria é lindo, mas que na prática muitas vezes termina com interrupções feitas por mim fora da hora, abafando os liderados, tornando eles ásperos ou tímidos em momentos futuros. Se forem passivos, não mais darão opiniões, que muitas vezes podem ser a solução; se forem agressivos, prepare-se para uma guerra…
Disciplina mental para ouvir mais do que falar e ter o tom de voz sereno e calmo é algo que para pessoas mais passivas pode ser fácil, mas para pessoas extremamente ativas é muito difícil. Em uma observação prática, sem dados estatísticos, creio que a maioria dos líderes tem um perfil mais proativo, agitado e resolvedor de problemas, o que é bom para um lado, mas péssimo por outro. Por que? Por que em muitos casos, para liderar pessoas e conflitos com sabedoria é preciso ter uma outra natureza, muito mais de serenidade e ponderação do que de atividade e de fazer acontecer…
OK, mas então qual é a solução? Assim como é possível um sedentário começar a se exercitar e ficar ativo, também é possível que um líder de mente acelerada e comportamento hiperativo também treine, seja através de meditação, exercícios e outras ferramentas, e consiga aos poucos ir mudando sua forma de reagir aos problemas. Isto fará com que ele se transforme em um líder muito mais completo, uma pessoa com atitudes muito mais “sábias” e consequentemente um melhor exemplo para os demais, que também tenderão a ser e se comportar de forma mais leve e por fim, ter um ambiente mais tranquilo para tomada das melhores decisões.
E até lá? Resta ao líder querer a mudança de forma ativa, procurar as ferramentas para isto e aplicá-las. E sabendo que ninguém é perfeito, quando errar ou passar dos limites, ser maduro o suficiente para admitir, pedir desculpas aos seus liderados e seguir em frente no processo de evolução. Somente assim se mantém uma equipe unidade e esperançosa de que nenhuma mudança de caráter é tão impossível que não possa ser buscada e que mais do que isto, todos devemos ser responsáveis e ativos por evoluir constantemente o nosso ser.